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O promissor mercado de ar-condicionado com sistemas VRF e as tendências para o Brasil

April 18, 2022

Por André Peixoto, diretor de Produtos para América Latina da Trane

Quando se considera as aplicações comerciais em HVAC – ou seja, retirando-se o mercado residencial com os ductless splits –, percebe-se a consolidação do mercado de VRF (fluxo de refrigerante variável) no Brasil. Esse sistema é responsável por mais de um terço (em capacidade) do mercado composto por chillers, sistemas unitários dutados e VRF, superior à média mundial.

Considerando que o valor médio do produto por capacidade é superior aos sistemas aplicados de splits dutados, self contained ou rooftops, a porção de mercado em volume de faturamento é ainda maior. Desde 2021, a tecnologia VRF tem apresentado taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 13%, sendo que o mercado de aplicado e unitários dutados encontra-se no mesmo patamar de 11 anos atrás.

Outro fator que tem impulsionado as vendas de VRF em todo o Brasil é a simplicidade de projeto, instalação e manutenção, que permite a distribuição de produtos por canais distintos, bem como a instalação por empresas com menos necessidade de forte background técnico e de engenharia. Tendo em vista a quebra de paradigmas no que diz respeito a utilização de sistemas VRF com filtragens especiais, bem como a rápida evolução da tecnologia empregada, os sistemas têm sido amplamente utilizados em novas aplicações, desde simples instalações residenciais a hotéis, escolas, hospitais e edifícios comerciais.

Por se tratar do maior mercado da América Latina, representando aproximadamente 40% do volume total, há grande competitividade entre os players de mercado brasileiro. As companhias seguem lançando sistemas cada vez mais energeticamente eficientes, versáteis – em termos de inovações tecnológicas e com módulos de maior capacidade –, de forma a consolidar o mercado de VRF.

Um outro nicho onde essa tecnologia apresenta vantagens competitivas é o crescente segmento de retrofit em países em desenvolvimento, como o Brasil. As características citadas acima permitem instalações parciais, fazendo com que sistemas VRF sejam amplamente utilizados, canibalizando outros tipos de produtos e tecnologia adotados anos atrás.

Outro benefício inerente ao VRF é a utilização de uma grande variedade de unidades evaporadoras flexíveis, econômicas e versáteis. No que diz respeito aos produtos com essa tecnologia e condensadoras com descarga frontal, conhecidos como “VRF Mini”, observamos o crescimento devido a maior competitividade em custo e capilaridade de vendas superior através de canais de distribuição presentes em todo o Brasil.

Por fim, como principais tendências para a tecnologia VRF no mercado brasileiro, pode-se destacar a promoção de produtos relacionados à melhor qualidade do ar interior através de utilização de filtros que atendam às normas locais, utilização de produtos com maior eficiência energética, mais aplicações atreladas a sistemas de automação e novos serviços relacionados ao VRF, uso de módulos e sistemas de maior capacidade, projetos de modernização e/ou retrofit de sistemas antigos, crescimento de vendas de VRF através de distribuidores especializados em ar-condicionado, além da instalação dos produtos por instaladores independentes ou autônomos.